1. Surdo x deficiente auditivo

Deficiente auditivo é aquele que tem algum grau de perda auditiva mesmo que, em algum momento, tal perda se torne total. Na maioria dos casos, a pessoa já aprendeu a se comunicar por meio da linguagem oral e escutou os sons em algum momento. O surdo, por sua vez, tem total ausência de audição. Ele não escuta nada, sendo que o problema pode ter origem congênita ou não. Isso significa que, em grande parte dos casos, o indivíduo tem o problema desde o nascimento. Como consequência, ele aprendeu a se comunicar de acordo com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) ou outras formas de comunicação não verbais. Alguns autores, porém, definem os surdos como aqueles que se identificam com a cultura surda, se comunicam pela língua de sinais e valorizam e desenvolvem atividades, arte, lazer ou educação voltados para a comunidade surda. Já os deficientes auditivos seriam os que apresentam perda auditiva, mas não se identificam com a cultura surda.

  1. Libras é a primeira língua dos surdos brasileiros

É importante compreender que a Libras (Língua Brasileira de Sinais) é a primeira língua do indivíduo surdo brasileiro, possibilitando a aquisição da linguagem e estimulando a comunicação. O português deve ser aprendido como segunda língua. Vale lembrar que cada país adota uma língua de sinais – na França, por exemplo, há a LSF(Língua de Sinais Francesa) e nos Estados Unidos, a ASL (American Sign Language), é similar a Libras e ambas tiveram origem a partir da Língua de Sinais Francesa. Estima-se que possam existir atualmente cerca de 200 línguas de sinais em todo o mundo.

  1. A educação bilíngue é um desafio para os surdos

Tendo em vista que, no Brasil, a primeira língua dos surdos é a Libras (Língua Brasileira de Sinais), uma educação bilíngue, para essa comunidade, significa introduzir também o português como segunda língua na educação. É desafiador, para aqueles que não ouvem conseguir autonomia para escrever bem, de acordo com as normas, e alcançar o nível do ensino superior. Às vezes, uma palavra ou uma vírgula, no português, muda o significado. Então, é necessário  uma boa metodologia de base para aprender essa segunda língua . Para ele, essa questão é a maior dificuldade da comunidade surda.

  1. A falta de acessibilidade comunicacional é um problema grave

O cotidiano de uma pessoa surda é normal, igual a todos. O problema é a falta de acessibilidade de comunicação. Por exemplo: se o indivíduo precisa resolver um problema no banco e pedem que ele faça uma ligação. Mas, ligar não adianta; a pessoa é surdo, preciso pedir para um intérprete. Aí, eles, muitas vezes, não querem falar com o intérprete por questões de segurança  porque o cliente é outra pessoa, não entendem que é necessário a ajuda do intérprete no caso. Situações similares podem acontecer em qualquer lugar, inclusive em hospitais, local em que a saúde do paciente depende da troca com os profissionais. O cenário já melhorou muito nos últimos anos, inclusive por causa da tecnologia e centrais de atendimento, mas ainda é uma luta constante contra as barreiras.

  1. Itens do cotidiano precisam ser adaptados

Os ouvintes podem não perceber, mas há uma série de coisas do cotidiano que precisam de uma adaptação para a vida do surdo. Imaginem que uma pessoa surda tem um bebê. Hoje, a babá eletrônica pode piscar a luz quando o bebê chorar, mas esse recurso não existia antigamente. Quando toca a campainha, por exemplo, o surdo precisa ter uma informação visual para saber que tocou, por exemplo.

  1. É preciso haver intérpretes e em locais visíveis

Uma grande dificuldade é encontrar intérpretes qualificados em diversas situações como espetáculos, por exemplo, o intérprete é colocado em um canto, onde não fica visível para quem precisa. Nesses casos, há uma falsa noção de acessibilidade.

  1. O diagnóstico da surdez é mais fácil atualmente

Antigamente, o diagnóstico da surdez demorava muito e, era comum que a família sequer percebesse, nos primeiros meses de vida do  bebê, que ele não escutava. Hoje, o avanço em relação a exames foi muito significativo e é possível fazer o diagnóstico precocemente.

  1. A inclusão na prática ainda não é fácil

A grande questão que a pessoa surda encontra como dificuldade é referente à sociedade não estar preparada para receber o diferente.  A inclusão deve acontecer no dia a dia, impedindo que o surdo seja excluído de atividades ou não tenha acesso à informação. É preciso se colocar ao máximo no lugar do outro para que a inclusão seja viável.
Em suma, é fundamental respeitar e apoiar a comunidade surda durante o ano inteiro, não apenas durante o Dia Nacional do Surdo. Preconceito existe, porque há o medo do desconhecido. Mas, se aceitarmos as diferenças  e começarmos a  conhecer os outros, estas barreiras são quebradas.

Aqui no Brasil, é possível identificar ainda na maternidade se os bebês possuem algum tipo de deficiência através do teste da orelhinha.
Este teste, é feito de forma gratuita pelo SUS e através dele, pode ser iniciado o tratamento caso identificado alguma alteração para melhora do quadro.
A Lei Federal nº 12.303/2010 tornou obrigatória e gratuita a realização do exame e espera-se que todos os hospitais e maternidades do Brasil ofereçam o teste.